story:tell:her

31.1.05

Wish list 1




Esta é a marca que fica bem nos armários da casa nova.

A voz

Ando há uns tempos a pensar que é pena que não se oiça ler alto. Em boa verdade, desde as leituras da escola, quando ainda nem sabemos ler muito bem, que não oiço ler alto. Sem contar aquela vez, há mais de 10 anos, em Cabanas, quando lemos um bocado de O Preço do Sal..."Que disparate, disse Thérese docemente"...

O ano passado numa aula de CCTI, o Nuno leu uma passagem de "As duas culturas". Nos comentários finais uma aluna agradeceu-lhe o prazer de ouvir ler.

Agora voltei a lembrar-me disto a propósito deste post (gosto muito deste blog) e da Laurie Anderson.

O Rui gosta muito da Laurie. Também já sabia que ela foi a primeira artist-in-residence da NASA. Eu acho um piadão a isto das residencies de artistas na ciência. E ao contrário. Eu queria muito ir a esta workshop, mas não consigo arranjar patrocínio. O Rui gostava de ter um artista residente no lab dele. Vou-lhe dizer para mandar um email à Laurie, até pode ser que ela nos leia um bocadinho.

30.1.05


Hoje fomos ouvir um concerto de saxofone. Foi xiro. Em Fevereiro vai ser clarinete. 'Tamo' nessa!

Cof, cof

Continua com tosse e eu também. Se calhar vamos ter mesmo que ir ao médico, as duas. Bugger. E o outro meio dente nunca mais sai. Eu continuo nesta que isto é muito por causa dos dentes. Dos dela, que eu já tenho todos.

Ontem esteve a raiar o insuportável durante o dia. Hoje esteve adorável. É assim. Gosta de bolachas Maria, não gosta de banana. Gosta mais de peixe do que carne. Adora tomar banho, mas hoje chorou à brava e foi preciso teatrinho a quatro mãos. Eu também gosto de tomar banho, mas hoje tive que me borrifar sentada porque ela afastava de tal modo o cortinado que era impossível chuveirar normalmente. Depois apontou para os meus pés, disse "pé" e, com uma lógica inabalável, atirou o meu chinelo para dentro da banheira, o meu lindo chinelo de feltro vermelho, com forma de soca Birkenstock, que andei a guardar para usar só na casa nova. Sim, esse mesmo. Como é que alguém ainda consegue tirar os pêlos das pernas? Ò mães, como é que tomam banho em sossego? À noite? Quando o pai está em casa (no meu caso antes das 7h15)? Imobilizam-nos com dardos tranquilizantes (ontem uma senhora na pastelaria aqui do lado explicou-me que, às vezes, quando as crianças são assim "vivas" dá-se-lhes calmantes)? Lavam-se a seco? Têm um duche no emprego? Compraram chinelos de plástico?

28.1.05

Deadline

Ainda não decidi se vou voltar a concorrer a estas bolsas. Há dois anos fui pré-seleccionada mas não quis levar a minha barriga de risco numa viagem à Austria e falhei a entrevista. Agora estou cheia de outros compromissos de investigação, dores de garganta e a barriga já tem braços, pernas velozes e sabe dizer paiii, ma-ma-mã, cão, bu (chucha), pé, coco (cucu), mê (meu), um-á (não há) e ta-ta (relógio).

Além de que, atrofiada como ando, não consigo congeminar um plano de trabalhos suficientemente à frente. Ou pelo menos à frente dos outros.

A?CEDÁRIO

Ontem à noite a ?oneca Mariana quis su?ir para o colo da mamã, fez um ?eicinho ?onito, estendeu os ?racinhos e, uma vez içada, lançou a mãozinha ?ochechuda para o teclado do portátil, arracando-lhe o ?.

O que vale é que o Pappy, com jeitinho, lá conseguiu encaixar o quadradinho e devolver-nos os Beijos e Brincadeiras.

27.1.05

A manhã

Parece que o Benfica ganhou, aquele guarda-redes giraço chama-se Tiago e o Luís enviou-me uma série de anedotas machistas.



Why do men fart more than women?

Because women can't shut up long enough to build up the required pressure.




Ainda bem que eu tenho uma filha.

14/85

A Mariana faz hoje 14 meses de vida e os papás 85 meses de maridinhos. Parabéns!

Um-Do-Li-Tá

Vou comprar um portátil novo e estou indecisa entre este (giro e pequeno), este (a tradição) e este (qualidade/preço?). Agradeço sugestões.

26.1.05

A vidinha

No tempo da faculdade tivémos que ensinar ao único rapaz do núcleo duro a fazer "aiaiaiaiaiaiaiaiai" com as miúdas, ou seja a queixar-se. As queixas são uma válvula de segurança que ajuda a aliviar a pressão. Queixar é bom, eu queixo-me imenso e não quero que racionalizem a minha queixa. Quero solidariedade e não uma desconstrução objectiva que só serve para me fazer sentir pior e ainda por cima irritada. Quero "aiaiaiaiaiaiai, eu também" de volta.

Já não me lembro se sempre foi assim, mas eu agora queixo-me mesmo muito. Todos me devem e ninguém me paga. O meu cabelo está mais desorientado que nunca, de manhã saio sempre de casa fugitiva para evitar lágrimas ao piolho. Não faço uma única refeição completa sentada, sem resgatar comida dos cantos onde ela depois a vai recuperar, mastigando alegremente bagos de arroz ressequidos, não tenho tempo para tirar os pêlos das pernas com a frequência regulamentar (isto dos pêlos ainda há-de merecer um post autónomo), uso champô 2 em 1 o que é uma porcaria, a onda sonora de choro da Mariana chega sempre primeiro aos meus ouvidos do que aos do pai, o chão novo da cozinha é preto, que é muito giro mas ainda mais desesperante do que o branco, passo a vida a desculpar-me pelo que não faço e às vezes também pelo que faço, nunca consigo estar sozinha, logo eu que me dou tão bem comigo, tomo sempre banho com um olho na piolha e outro na piolha, pelo que desconfio que não ando muito bem lavada. Aliás, tenho sempre uma nódoa algures e a minha filha também.

Gosto muito de me queixar com outras mamãs e leio sempre a mãe Rita e a mãe Francisca. Ainda tenho à mão a mãe Ana S e o pai Tiago, para ajudar a perspectivar a vidinha. Sou uma sortuda. Tenho pai, mãe, filha, marido, mais do que "um amigo em cada mão e agora um jardim para regar". Não devia "ligar a coisas de nada, fazer da vida enchada, a cavar em pedra dura".

25.1.05

Casa nova

Mudámos. Ou melhor, estamos lá nós e mais as nossas coisas (muitas coisas, muitas mais do que alguma vez pensei que tivéssemos ou que teoricamente gostaria de ter), mas em boa verdade continuamos iguais. Só mais cansados e um terço de nós com mais meio dente. Ainda não estamos propriamenete a viver na casa nova. Estamos lá, a aprender a viver. Ontem fui, provavelmente pela última vez, à casa velha. Está vazia, o que é esquisito, mas ainda me parece a minha casa. Claro que aquilo que lá vivemos vai ser sempre nosso, a nossa vida.

A casa nova é gira e, principalmente, nova. A Mariana anda um bocado atarantada. Eu sou atarantada. Na primeira noite só queria estar com a luz acesa e tem sido um castigo para a adormecer. Ainda por cima tem o segundo (sim, ainda só tem um) dente a nascer, o nariz entupido e uma tosse. Detesta as grades ds escadas. Eu morro de stress com medo de me esquecer de fechar as grades. E de me estatelar de vez quando às vezes salto por cima delas. Ainda não consegui arrumar o meu escritório nem limpar o quintal e o terraço. Ainda não atinei com o sítio final das coisas dentro dos armários. O frigorífico está frio demais (estragou-se? por favor não...não quero mais técnicos lá em casa). Não tenho sítio para guardar o balde e a esfregona no andar 0). É muito mais difícil estacionar o carro na rua e ainda não me aventurei na rampa da garagem. Esmurrei o pára-choques no muro da casa em frente, aquela que nós queríamos comprar no início (?!). Gastei quase 100 euros em produtos de limpeza. Não há telefone, mas já voltámos a ter Internet. Ainda não consigo estar contente porque isso é um sentimento demasiado forte para o meu baixo nível de energia actual, mas acho que lá para a semana vou estar. Por agora só queria que passasse a tosse à piolha e não perder as chaves.

18.1.05

Cro-Mariana

Quando um crocodilo engole uma presa comprime as glândulas lacrimais e parece que chora. Quando a Mariana é contrariada chora mesmo e comprime-me a paciência. Fica com o nariz encarnado, algumas lágrimas penduradas, tipo Pierrot e eu definitivamente não gosto de a ver com lágrimas, mesmo de crocodilo. Às vezes as lágrimas dela quase puxam as minhas. Como hoje. Que menina, que menina...Mas como eu sou sempre the bigger man (literalmente) desta relação, vim aqui contar até 10.

Eu blogo, tu blogas, ele bloga...

As piolhices sairam da clandestinidade.

17.1.05

A cores


Mariana e o gorro das cinco agulhas

A mudança

Parece que agora é que vamos mesmo mudar de casa. Só deixei ficar roupa para alguns dias no armário velho. Apercebi-me que tenho roupa demais que uso de menos. Para além das T-shirts brancas tenho tendência para calças de algodão bejes. As Gap iniciais já estão rotas. Resgatei o meu vestido cinzento Moji, que comprei em Londres e só usei uma vez porque fiquei logo grávida e chubby. E lá estava o casaco de pele comprado em 2ª mão na Feira da Ladra, com a Pat, o blaser de veludo azul escuro do Quartier Latin, também com a Pat, as Levis's tamanho 27, o colete de pêlo azul de Amsterdão, a camisola vermelha do Natal. Ficaram ainda muitas coisas para usar no coração, mas uma das banheiras da casa velha está cheia de roupa para dar. Foi o único sítio que me ocorreu para evitar que a Mariana se afogasse em camisolas. Está tão rápida que a perco de vista em milissegundos. Parece ubíqua. Preocupa-me a dinâmica de movimento da casa nova, que tem vários andares. A ver.

Vamos ter este relógio na cozinha. A Mariana desenvolveu uma adoração por relógios. São os ta-ta. Assim que descobre um abana a mão de um lado para o outro, ta-ta, ta-ta, ta-ta...

As meninas do tricô

A coisa surgiu por acaso, dum acaso para outro. Não é nada de especial, mas tem muita coisa especial. Como a Rosa. Gosto das cores das lãs como gosto de lápis de cor. Acho bonito fazer coisas com as mãos, especialmente para a Mariana. Na verdade, uma mãe passa o dia a fazer coisas com as mãos. Entretanto o tricô mediatizou-se duma forma exponencial. Primeiro foi aquela reportagem da SIC, depois o artigo no Público, na agenda cultural, na Lusa e por consequência em todo o lado (incluindo o JN, Correio da Manhã, 24 Horas, Destak...).

Na farmácia que fica perto da casa dos meus pais a empregada, que me conhece há muito tempo, chamou a "Doutora" da farmácia e perguntou-lhe se já conhecia "as meninas do tricô". E eu lá tossi umas explicações sobre espontaneidade e assim.

Lembrei-me das Calendar Girls.

12.1.05

...4, 5, 6, outra vez

Agora é que é. Ainda conta como resolução de ano novo e todos os dias me lembro de coisas que gostava de "postar" para a posteridade. Nunca fiz um diário da vida da Mariana fora da barriga e é pena. Aliás, ainda não organizei o primeiro álbum de fotografias dela e já passou mais de um ano. Em boa verdade as fotografias do meu casamento ainda não estão propriamente coladas no álbum oficial...Hum... em minha defesa tenho a dizer que guardo muitas memórias na cabeça e no coração.